ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA
DISCUTIR A CONSTRUÇÃO DA PONTE DA ILHA MAUÁ – PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 23-4-2009.
Aos vinte e três dias do mês de
abril do ano de dois mil e nove, reuniu-se, na Colônia de Pescadores Z-5, na
Ilha da Pintada, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e vinte
e seis minutos, o Vereador Toni Proença assumiu a presidência e declarou
abertos os trabalhos da presente Audiência Pública, a qual
teve como Mestre de Cerimônia o Senhor José Luís Espíndola Lopes, destinada a
debater questões relativas à construção de ponte ligando as Ilhas da Pintada e
Mauá, nos termos do Edital publicado no Diário Oficial de Porto Alegre do dia
dezesseis de março do corrente (Processo nº 0880/09). Compuseram a Mesa: o
Vereador Toni Proença, 2º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre;
a Senhora Roselene de Ávila, Presidenta da Associação dos Moradores do Bairro
Arquipélago – AMPA –; os Vereadores Carlos Todeschini, Dr. Raul, Mauro Zacher,
Nelcir Tessaro, Sofia Cavedon e Waldir Canal; o Senhor Reginaldo Pereira
Camargo, representando a Secretaria Municipal de Obras e Viação; o Senhor
Fabiano Porto da Fontoura, representando a Secretaria Municipal do Meio
Ambiente; a Senhora Liane Souza, representando o Conselho do Programa de
Orçamento Participativo; o Senhor Paulo César Castro, representando a
Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana; o Senhor José
Carlos Machado, representando a Secretaria Municipal de Administração; o Senhor
Ivo Emar Mariel Schmiti, Coordenador do Centro Administrativo Regional das
Ilhas; o Senhor Sandro da Silva, da AMPA; o Senhor André Luiz Maciel,
representando a Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SMAM –; a Senhora Loreci
Gomes de Almeida, representando a Pastoral da Criança; o Senhor Felipe Neto de
Faria, representando a Escola Estadual de Ensino Médio Almirante Barroso; o
Senhor Paulo Marques, representando a Defesa Civil, e o Senhor Paulo Antônio
Schreinert, representando a Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC. A
seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da propositura da
presente Audiência Pública e das normas a serem observadas durante os
trabalhos. Em continuidade, foram iniciados os debates relativos à construção
de ponte ligando as Ilhas da Pintada e Mauá, tendo o Senhor Presidente
concedido a palavra aos inscritos, que se pronunciaram na seguinte ordem: a
Senhora Roselene de Ávila; o Senhor Ivo Emar Mariel Schmiti; o Irmão Laurindo
Viacelli, representando a Sociedade Marista da Ilha Grande dos Marinheiros; a
Senhora Laci Hirsch, Conselheira do Programa de Orçamento Participativo; o
Vereador Mauro Zacher; as Senhoras Denise Bittencourt Lopes e Fernanda Quirim
da Silva; a Senhora Beatriz Gonçalves Pereira, Delegada do Programa de
Orçamento Participativo; a Senhora Liane Souza Farias; a Senhora Patrícia
Barreto; o Senhor Teófilo Rodrigues Mota Júnior; o Senhor Celso Luiz Santos de
Azevedo; a Senhora Ione Feck; os Vereadores Dr. Raul e Nelcir Tessaro e a
Vereadora Sofia Cavedon. Na oportunidade, o Senhor Presidente concedeu
novamente a palavra, para esclarecimentos, ao Irmão Laurindo Viacelli. Também,
o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Liane Souza Farias, que propôs
a realização de visita de Vereadores à ponte que atualmente liga as Ilhas da
Pintada e Mauá. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, para as
considerações finais acerca do tema em debate, à Senhora Roselene de Ávila.
Ainda, o Senhor Presidente manifestou-se acerca da presente
Audiência Pública. Às vinte horas e cinquenta minutos, nada mais havendo a
tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos da presente
Audiência Pública. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Toni Proença e
secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Senhoras e senhores, boa-noite! Neste
momento, damos início à Audiência Pública com o objetivo de discutir questões
sobre a construção da ponte da Ilha Mauá na cidade de Porto Alegre.
Convidamos
para compor a Mesa desta Audiência Pública: Ver. Toni Proença, Presidente desta
Audiência Pública; Srª Roselene de Ávila, requerente pela Associação de
Moradores do bairro Arquipélago; Ver. Dr. Raul; Ver. Nelcir Tessaro; Ver. Mauro
Zacher; Sr. Reginaldo Pereira Camargo, representante da Secretaria Municipal de
Obras e Viação; Sr. Fabiano Porto da Fontoura, representante da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente; Srª Liane Souza, do Conselho do Orçamento
Participativo; Sr. Paulo César Castro, representante da Secretaria Municipal de
Direitos Humanos e Segurança Urbana; Sr. José Carlos Machado, representante da
Secretaria de Administração; Sr. Ivo Emar Mariel Schmiti, Coordenador do CAR
Ilhas; Sr. Sandro da Silva, da Associação de Moradores do bairro Arquipélago -
Amilhas; Sr. André Luiz Maciel, representante da Secretaria Estadual do Meio
Ambiente; Srª Loreci Gomes de Almeida, da Pastoral da Criança; Sr. Felipe Neto
de Faria, da Escola Estadual de Ensino Médio Almirante Barroso; Sr. Paulo
Marques, da Defesa Civil; e Sr. Paulo Antônio Schreinert, da EPTC.
Com
a palavra o Sr. Presidente desta Audiência Pública, Ver. Toni Proença.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Muito
boa-noite a todas e a todos; sejam muito bem-vindos a esta Audiência Pública
promovida pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Esta Audiência foi um
requerimento da Presidente da Associação Moradores do bairro Arquipélago, a Srª
Roselene. Em cumprimento ao art. 103 da Lei Orgânica do Município, em
cumprimento à Lei Complementar nº 382 de 1996, que regulamenta o art. 103 da
Lei Orgânica e em cumprimento à Resolução de Mesa da Câmara Municipal de Porto
Alegre nº 401 de 2008, que estabelece procedimentos para a realização de
Audiências Públicas, a Câmara Municipal realiza, na noite de hoje, a Audiência
Pública para tratar sobre a construção da ponte que interliga as ilhas Mauá e
da Pintada. Conforme rege o art. 2º da Resolução da Mesa, as audiências
públicas destinam-se à informação, esclarecimentos e posicionamento sobre
projetos, obras ou matérias de interesse municipal, sua implantação e execução,
seus impactos socioeconômicos, ambientais ou culturais. A realização desta
Audiência Pública, em obediência ao art. 6º da Resolução de Mesa da Câmara
Municipal, obedecerá aos seguintes procedimentos: após a abertura dos
trabalhos, que faço neste momento, haverá a apresentação, por parte do Poder
Executivo Municipal, do projeto e demais informações sobre a ponte da Ilha
Mauá. Em seguida, abriremos o microfone para o pronunciamento de dez
representantes da comunidade, mediante inscrição prévia, com o tempo de cinco
minutos cada um - as inscrições poderão ser feitas com a Valeska, aqui ao lado.
Após a manifestação da comunidade, abriremos a palavra para o pronunciamento
dos Vereadores presentes que desejarem se manifestar, também com o tempo de
cinco minutos cada um. Para o encerramento, ouviremos novamente o Poder
Executivo sobre as questões levantadas pela comunidade nesta Audiência Pública.
As
ilhas que compõem o Delta do Jacuí formam importante área de preservação
ambiental de jurisdição estadual. A Ilha Mauá é um istmo da Ilha da Pintada,
cuja passagem é somente para pedestre, por ponte de madeira.
Na
noite do dia 13 de maio de 2008, aqui, na sede da colônia de pescadores Z-5,
durante a Assembleia Regional do Orçamento Participativo, o Prefeito José
Fogaça anunciou a construção da ponte de acesso entre as Ilhas da Pintada e Mauá,
antigo sonho da comunidade. Na ocasião, conforme relatou o Prefeito, após duas
negativas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SEMA -, a Prefeitura
finalmente recebeu aprovação para realização da obra em área de preservação
ambiental. No início deste ano, a partir da constatação feita pelos moradores
das Ilhas Mauá e da Pintada, de que a construção da ponte há muito está parada,
a Associação dos Moradores do Bairro Arquipélago solicitou à Câmara Municipal a
realização da presente Audiência Pública.
Convido,
então, o representante do Executivo Municipal, o Sr. Ivo, para compor a Mesa.
De imediato, passo a palavra - invertendo a ordem - a quem fez o Requerimento
para esta Audiência Pública, que foi a Roselene, através da Associação de
Moradores. Depois, ouviremos o Executivo e a comunidade.
A
SRA. ROSELENE DE ÁVILA: Boa-noite
a todos! Agradeço a comunidade que compareceu e informo que pedi a audiência
Pública na Câmara de Vereadores orientada em uma conversa com o Ver. Tessaro
sobre os problemas da Ilha. Ele me disse que teríamos que resolver os problemas
em uma audiência pública. Telefonei para o Coordenador do CAR, Sr. Ivo Schmiti
e vi qual seria o problema mais grave que temos no momento: é a construção da
ponte. E qual seria a possibilidade de
os nossos Vereadores tentarem, junto com o Governo, a construção da ponte, que
já, há mais de dez anos, a comunidade luta por ela, e a população do lado de lá
depende totalmente do lado de cá da ilha para poder sobreviver, até com
alimentação, posto de saúde e tudo isso. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Roselene. A Roselene economizou seu tempo. De imediato, passamos a palavra ao
representante da Prefeitura Municipal, o Sr. Ivo Schmiti, que terá cinco
minutos para se manifestar.
O SR. IVO SCHMITI: Boa-noite a
todos, boa-noite à Mesa, boa-noite às demais autoridades presentes! Esta
Audiência Pública foi solicitada em função do problema que já ocorre há muitos
e muitos anos, conforme uma pessoa que está aqui presente, que é nosso esteio
aqui das ilhas, o Sr. Odílio Santos Azevedo. Ele foi funcionário do DEPREC por
muitos e muitos anos e acompanhou... Em conversa agora, ele estava me dizendo
que há mais de 60 anos existe aquela ponte.
Bem, pessoal, aquele problema da ponte, a gente
vinha tratando em termos de construção. A Prefeitura de Porto Alegre já tinha
todo um planejamento, estava tudo pronto para fazer essa ponte de alvenaria. E
por que não foi feita? Não foi feita porque tivemos que readequar toda a
sistemática de construção da ponte, porque, em função de a Secretaria Estadual
do Meio Ambiente não autorizar a ponte de alvenaria, nós fomos obrigados,
então, a remanejar todo o esquema e fazer com madeira. Como se faz com madeira?
Só com postes inservíveis da CEEE. Então, se começou uma batalha, no ano
passado, para se conseguir esses postes. Eu gostaria de saber se o Jorge, da
Mauá, está aqui presente, porque o Jorge é a pessoa que, juntamente - ele é
Presidente da Cooperativa - com o Estaleiro Ecnavi, do Jorge Rolim, nós
tencionamos fazer a ponte de madeira, ou seja, de postes inservíveis. Eu tenho
toda a documentação, está ali comigo, desde a autorização, desde a maquete,
enfim, tudo está ali, está autorizado, só o que nos falta agora são os postes.
E esses postes, conforme o Ver. Toni Proença e o Ver. Nelcir Tessaro, que têm
nos acompanhado - inclusive, com o Toni, antes de ser eleito, já discutíamos
esse assunto, juntamente com o Ver. Tessaro... Então, agora nós estamos aptos a
fazer esta ponte, desde que tenhamos a liberação desses postes. E a liberação
desses postes vem da CEEE, ou então que a Prefeitura de Porto Alegre compre.
Essa a explicação que eu tenho a dar. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ivo.
Registramos também a presença da Verª Sofia Cavedon
e a convidamos para fazer parte da Mesa.
Bem, conforme nós combinamos no início, houve a
manifestação da Roselene, que é a requerente da Audiência Pública; a
manifestação do Executivo, Prefeitura Municipal; e agora teremos as
manifestações dos inscritos da comunidade, em número de até dez. A primeira
manifestação será do Irmão Laurindo, representante dos Irmãos Maristas.
O SR. LAURINDO VIACELLI: Boa-noite a todos, boa-noite à Mesa! Sou
Irmão Marista, moro há nove anos na Ilha dos Marinheiros e convivo com os
problemas de todas as ilhas, com todo o processo de criação da APA. Nós sabemos
que as pessoas têm direitos fundamentais, e elas não podem ser chutadas para lá
e para cá. Nós temos que respeitar esses direitos fundamentais das pessoas.
Agora parece que a ponte está um pouco melhor, mas ela esteve realmente em
péssimo estado, não dá para passar de carro. Um doente tem que ser transportado
com maca lá do fundo até aqui fora. Mas eu só quero refletir sobre o seguinte:
não se trata só dos moradores da Ilha Mauá; são todos os moradores dessa Ilha,
das outras ilhas que, constantemente, vão para outro lado. Muita gente da
Cidade tem que encostar o carro do lado de cá e atravessar aquele pontilhão,
muitas vezes com crianças. O campo de futebol da Ilha da Pintada também está
lá. Lá dentro se realizam esportes, isso movimenta todo o povo, o pessoal
participa. Então, é uma questão humana, uma questão de relacionamento, é uma
questão de nós respeitarmos aquelas pessoas, aquelas crianças. Aquelas crianças
vão se tornar adultas e vão questionar as autoridades atuais, que prometem,
prometem. Nós participamos de várias reuniões com diversas autoridades, são
feitas promessas e mais promessas, mas, chega na hora, não acontece nada. Essa
frustração de ver constantes adiamentos de problemas candentes desmorona,
irrita, cansa, provoca qualquer pessoa. Então, eu pediria que todas as
autoridades pensassem no lado humano dessas pessoas, das crianças, dos jovens,
muito mais do que a parte técnica, ou alguns três, quatro mil reais para comprar
uns postes. Era para isto que eu queria chamar a atenção: para a necessidade de
respeitar todos esses direitos. Obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Irmão Laurindo.
Queremos
registrar a presença dos Vereadores Carlos Todeschini e Waldir Canal, que
compõem a Mesa junto conosco.
A
Srª Laci Hirsch está com a palavra.
A SRA. LACI HIRSCH: Boa-noite! Eu sou Conselheira do
Orçamento Participativo pela Região Ilhas, e, como todo mundo, eu também estou
preocupada com essa ponte. Faz tempo que o pessoal está lutando para ver se...
A gente pediria que consertassem, mas é difícil, né? Então, se conseguirem
fazer uma ponte nova, especial, será muito bom.
E
eu queria fazer um agradecimento à SMOV, que está fazendo um bom trabalho nas
ilhas, ao Sr. Reginaldo, que está vendo as lâmpadas nas nossas estradas, que
este ano está bem bom. Então, temos que agradecer quando as coisas acontecem.
Obrigada.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Laci. Como ainda não tem nenhuma inscrição da comunidade, e o Ver. Mauro Zacher
está inscrito, eu passo a palavra para ele, que inclusive tem outro compromisso
em Guaíba.
O
SR. MAURO ZACHER: Boa-noite
a todos e a todas! Eu queria fazer uma saudação muito especial à Presidenta da
Associação, que tomou a iniciativa de requerer esta Audiência Pública. Eu
também queria saudar o Vilmar, Presidente da Cooperativa, por ceder o espaço
para que nós pudéssemos vir aqui escutar, debater, discutir os problemas desta
comunidade.
Para
mim, em especial, é um privilégio estar aqui, porque já estive várias vezes,
tenho aqui muitos amigos, e, sempre que sou convidado, faço questão de vir. Não
é só vir aqui na festa – não é, Ver. Raul? -, quando se vem aqui comer uma
tainha na taquara, mas, em muitas ocasiões, eu pude estar aqui com a
comunidade, porque sei um pouco da realidade e também conheço um pouco das
demandas e das reivindicações que esta comunidade tem.
Eu
quero aqui também lembrar do meu amigo Assis, que, permanentemente, me cobra e
vai lá no gabinete, na Câmara de Vereadores: “Vereador, nós temos lá a ponte da
Ilha Mauá, que, há muito tempo, tem pedido essa pequena obra”. Nós, por muito
tempo já, Assis, temos a vontade de querer realizar. Mas, depois da notícia que
o Ivo nos deu hoje, nos mostrou aqui a planta, por fim já foi autorizada a
possibilidade de construir.
Então,
eu acho, colegas Vereadores que fazem parte desta importante reunião, que
estamos perto de resolver este e tantos outros problemas que nós temos pela
frente, e, em especial, quero dizer a cada um e a cada uma que está aqui hoje
que essas audiências públicas são importantes momentos que a Câmara tem, para
que possamos debater com vocês soluções e demandas que nós temos. É evidente
que nós temos o Orçamento Participativo, que nós temos outras instâncias onde a
gente busca as soluções para uma qualidade de vida melhor para a nossa
comunidade, mas as audiências públicas são especiais, porque aqui nós temos
vários Vereadores, de vários Partidos, que têm o compromisso de, junto com o
Executivo, buscar os desejos e as demandas da comunidade. E este Vereador aqui,
da Bancada do PDT, fica à disposição, porque a gente quer, junto com a
Prefeitura, buscar as soluções que vocês querem.
Eu
tenho outro compromisso, mas fiz questão de vir aqui, porque venho aqui seguido,
estive aqui na campanha e quero poder estar muitas e muitas vezes aqui buscando
soluções para a comunidade. Muito obrigado.
A
SRA. DENISE BITTENCOURT LOPES:
Boa-noite! Hoje à tarde, a SEMA foi lá embargar a obra da minha casa, que foi
dada pelo Ivo, na época de eleição. A SEMA esteve lá e embargou, disse que eu
não posso mais fazer. E onde eu vou fazer, então, se foi dado para gente? Já
está iniciada, já tem tudo pronto, só falta telhar. E aí, o que eu vou fazer,
se ele mesmo dá para a gente e depois manda os outros tirarem? Foi o Ivo, na
época de eleição. E não foi só para mim, foi para várias pessoas lá no Beco.
Promete terreno... Só que eu já assinei a promessa de aterro. Vai fazer um ano,
e não apareceu. Promessa das casinhas do DEMHAB, como eu comuniquei para ti,
também não apareceu. De promessas, a gente já está farta. Promessa não adianta,
ninguém é santo, não vai resolver nada. O que eu vou fazer, se a minha casa já
está lá? Eu já comprei, eu gastei o dinheiro que eu também não posso gastar
muito. Eu vou botar onde? Ele me deu, está embargada e agora? Quem vai
resolver?
A
SRA. FERNANDA QUIRIM DA SILVA:
A SEMA foi lá e embargou para gente não construir lá também. E aí, o que a
gente vai fazer? Aterro não dá para botar lá mais. Pegou e não bota mais aterro
lá. A casa não dá para fazer mais lá, pois eles embargaram tudo. O Ivo me
prometeu uma casa, um lugar para mim, um lugar para morar, e eu estou esperando
até hoje, e nada foi feito. Aterro a gente tá esperando lá também, e nada foi
feito, só foi promessa. E ele prometeu um monte de coisa, nada ele cumpriu lá.
E a SEMA também embargou tudo lá para ninguém fazer nada. Aí onde
que a gente vai morar? Onde? De lá eu não vou sair! Enquanto não arrumar tudo
lá, de lá eu não vou sair, nem eu nem os moradores de lá! Nós não temos onde
morar; a gente saindo de lá, onde que a gente vai ficar?
Também
a água. Ele ficou de arrumar água lá para nós, não botou, a água é como ele
arrumou lá, como tá lá ele deixou. Luz também, luz é de gato; ele ficou de
arrumar a luz para nós, não arrumou. Tá tudo como tá lá, e nada foi feito, só
ficou de promessa, e de promessa a gente está cheio também. Nada ele arrumou: a
luz é de gato, às vezes a gente tem, às vezes a gente não tem; água também, a
mesma coisa, às vezes a gente tem, às vezes a gente não tem. Nada ele arrumou,
ele só prometeu. A minha casa... faz tempo que eu estou para esperar a minha
casa, e ele também não cumpriu a promessa que ele fez para a gente. Aterro
também, embargou tudo, nem aterro foi pra lá. Eu não sei o que nós vamos fazer,
de lá nós não vamos sair. Enquanto não tem um lugar melhor pra gente, a gente
não sai de lá. Se precisar, os moradores se reúnem todo o mundo junto, e nós
não sai de lá. Não dá um lugar melhor pra a gente, a gente não sai de lá! Só
isso que eu tenho pra dizer. Tchau. Obrigada. (Palmas.) (sic)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Fernanda.
Chamamos
para a sua manifestação a Srª Beatriz Gonçalves Pereira.
A
SRA. BEATRIZ GONÇALVES PEREIRA:
Boa-noite a todos! Eu sou a Beatriz, delegada do Orçamento Participativo e
também faço parte da Rede Integrada de Proteção à Criança e ao Adolescente da
nossa região. Quero parabenizar a AMBA, mas também lembrar para os
senhores que, se hoje... Que bom que os senhores estão aqui, e eu novamente
aqui; aliás, eu moro aqui na Ilha da Pintada. Eu vou fazer só uma pergunta:
quem é, da Mauá, que está aí? Aí os senhores vão dizer: que pouca gente. Claro,
não tem quem resista a tanta espera e a tanta mentira! Não dá, eu acho que
chega a um ponto em que acontece isto com as pessoas: elas ficam
desacreditadas, sim. E quando se vem para uma Audiência Pública - vocês prestem
bem a atenção -, onde a solução é o primeiro ponto de pauta apresentado para a
assembleia, tem problema. O primeiro ponto de pauta apresentado para nós foi um
“cala a boca, fica quieto, não vai lá falar nada”. Mas as coisas não podem ser
assim, as coisas não funcionam assim! Eu estou dizendo isso porque eu
acompanho: são noites e noites junto com os colegas que são delegados - ali na
Mesa nós temos uma conselheira -, e quem estava aqui na questão da Ponte Mauá
na última assembleia do Orçamento Participativo - eu estou muito tranquila em
me manifestar, porque só falo a verdade, e, quando não for para falar a
verdade, eu não vou falar. Eu disse ao Prefeito: Vossa Excelência tome cuidado
com as suas palavras - eu disse isso olhando para ele -, aqui, neste mesmo
local. Vossa Excelência está dizendo que a ponte está liberada. Gente, e vocês
dizem assim para a comunidade - e nós, que participamos de “n” fóruns: “Ah, foi
a SEMA; ah, foi o poste, isso e aquilo”. Nós estamos escutando isso há muito
tempo! E isso não aconteceu só no Governo do Fogaça, já vem de um bom tempo. Só
que, infelizmente, na Gestão em que estamos, piorou, porque não foi feito
conserto na ponte. A única coisa que aconteceu foi a Defesa Civil, que, na
enchente passada, pediu pelo amor de Deus que a SMOV colocasse uma lâmpada lá,
porque já haviam caído três crianças no rio. Essas são as realidades que têm
que ser faladas em uma audiência como esta, para que os senhores saibam o que
está acontecendo.
E
quanto ao Ivo, olha, Ivo, eu não tenho nada contra ti. Eu sei que, às vezes, tu
até diz coisas... Eu falo porque eu escuto o povo. E quando nos referimos à
Prefeitura, não estamos nos referindo a tua pessoa, mas, quando tu dizes, num
fórum, que, quando tu vais lá tu és recebido, aí tem problema. Participamos de
um FROP, que acontece às quintas-feiras, e não está acontecendo nada,
mas o coordenador do CAR é recebido e é ouvido. Quando o FROP se manifesta,
para saber onde estão as demandas não realizadas, isso não é conversa, isso é
documento e tem que ficar registrado. Óbvio que vai vir aquela historinha: “Ah,
nada é feito em pouco tempo, a gente tem que...” Tudo isso, nós entendemos,
ninguém é maluco. Agora, quando se cobram as demandas, chamamos o Sr. Paulo
Silva, as explicações não foram a contento. E mais: ele diz que as demandas
estão se sobrepondo aos problemas. Bom, o Governo que estava chegando sabia que
existe Orçamento Participativo e que, de uma forma ou de outra, se estiver
paralelo com a comunidade.... Só um pouquinho, eu vou pegar os dois minutos lá
do irmão, se a Mesa me permite, porque é uma Audiência Pública, onde se tem
documentos, e eu gostaria de ocupar esse tempo. Obrigada.
Eu
sou delegada, a Dona Zelinda também é delegada, nós estamos - e quando eu falo
que eu faço parte da Rede Integrada de Proteção à Criança e ao Adolescente,
isso não é brincadeira, fórum esse que não é reconhecido pelo CAR! Como é isso?
Que Prefeitura é essa? Aí nós temos o assento de todos os serviços públicos
como a SMED e a própria FASC que estão lá, e como é isso?
Em
primeiro lugar, eu acho que tem que explicar à comunidade como está funcionando
a Prefeitura, porque está difícil. Nós temos uma demanda - vejam os senhores -
de ampliação, não é construção, de um SASE, que é a PIC que atende as
Crianças e Adolescentes dessa comunidade, e, por uma errata, ainda não foi
consertado. Nós chamamos o coordenador do COP para nos explicar, e ele não
soube, ele saiu dizendo, mais ou menos assim:”Temos um acúmulo de demandas e
temos que conversar em todas as regiões a questão do Orçamento Participativo”.
Isso me preocupa. Vou sair do Mauá, da ponte, dizendo que a rede integrada
mandou um documento - está aqui - para o Ministério Público, porque é demais
ouvir... a SEMA não pôde, não estava liberado, o poste não deu, mudou o
diretor... Enquanto isso, para que vocês tenham ideia do que está se falando,
da gravidade, caiu uma gestante. Cadê o Deisi? Está lá o Deisi, que tem
deficiência, que está com dificuldade de sair de casa. O cadeirante, nem se
fala. Cadê a irmã do cadeirante, que estava aí? É a Liane. Onde é que está? Ele
não pode mais sair de casa. Quer dizer que, nesse tempo todo, não teve como
fazer um reparo? Hoje não temos mais fórum dos serviços. Muito bem. Mas e os
GPs? E os GPs, que se encontram no CAR, aonde o coordenador leva essas
problemáticas? Como é que fica? Quem é que está resolvendo essas questões? Tudo
isso os senhores têm que saber! Tudo isso tem que ser colocado aqui de forma
passiva, e que a gente encontre uma solução! Porque dizer também que a
comunidade está parada... Não está. Nós estamos fazendo a nossa parte. Eu acho
que nós temos que tirar o bumbum das cadeirinhas e trabalhar. Nós estamos
cansados de ouvir que não pode e não dá. Não dá mais para engolir essa!
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Obrigado, Bia.
A
Srª Liane Antônia Souza Farias está com a palavra.
A
SRA. LIANE ANTÔNIA SOUZA FARIAS:
Boa-noite à Mesa; boa-noite ao pessoal, agradeço à comunidade. Tenho uma
preocupação bastante grande - vou falar em nome do Orçamento Participativo -,
eu acho que aqui a gente não tem que estar agredindo ninguém, é um direito que
nós temos cobrar o que nos devem quando prometem. Por duas vezes, no Orçamento
Participativo, estiveram presentes dois Secretários. Um foi o Maurício, e um
foi o Cássio Astrogildo. Então, o que não dá para entender é que um fala uma
coisa, e o outro fala sobre o mesmo problema, da mesma ponte. Na primeira, que
foi com o Secretário Maurício, eu falei assim - eu até dividi um pouco o que eu
falei: “A única reclamação que eu tenho, e não é bem uma reclamação, é que
fiquei preocupada que, depois da enchente, a ponte se rompeu. O Christian, no
dia 7, esteve no nosso Fórum, e compareceram 32 pessoas da Ilha Mauá. Ficou de
nos dar um retorno no dia 28, na Ilha do Pavão, e não apareceu. Daí eles
ficaram cobrando da gente, e eu quero saber se tem alguma posição para nos dar
sobre aquela ponte, porque, querendo ou não, são quatro cadeirantes que existem
lá, mais ou menos 300 famílias, crianças e idosos, e, quando chove, é uma
melancia, porque se parte aquela ponte para todos os lados. A resposta que tive
do Maurício foi então assim: quanto à Ponte do Mauá, é uma luta histórica. Na
semana passada, estive lá visitando; o Carlos André mandou reforçar para
recuperar. Temos algumas tábuas soltas na ponte, que precisam ser pregadas, e
há um grande problema, Liane, porque o que aconteceu lá... Vamos fazer a
recuperação da ponte, instalando um cordão de aço, de meia polegada, que
garante que a pessoa faça a travessia com segurança, e o morador estacione o
seu barquinho junto à ponte e corte o cabo. Quando corta o cabo, deixa de ter
guarda-corpo; deixando de ter guarda-corpo... Uma pessoa, na última chuva,
porque o morador não está preocupado em fazer conservação lá... Tem uma grande
inovação, o Eng. Paulo, da sessão de construção, tem uma responsabilidade
comigo, agora, de instalar um refletor ali, porque a travessia noturna é muito
precária. Depois, ele me dá mais uma resposta assim: a ponte do Mauá tem dois
projetos: o último projeto tem avaliação da Eng.ª Azambuja, que foi quem
executou o projeto que custaria 800 mil reais, por delegação. O Zambiasi ou
Vieira da Cunha também... Foi outro solicitante para receber este Projeto.
Agora, com o tempo em Brasília, de sobras das emendas, parlamentares que por
sua ventura (sic.) possam estar sendo acomodados, porque há o interesse,
dentro do Ministério das Cidades, de (Ininteligível.) de comunidades que possam
estar sendo enquadradas. Vamos pedir agora um registro do Senador Zambiasi e do
Vieira da Cunha. E a comunidade é muito ativa e participativa, porque, até a
aprovação da organização ambiental ela já tem, porque o difícil é arrumar
dinheiro para ser executado, porque não foi demandada pelo OP, uma obra desse
porte [Eu preciso falar mais uma, são duas Atas. Esta foi o Secretário
Maurício, e a outra foi o Astrogildo. Isso é para vocês verem que, quando dois
Secretários falam do mesmo problema e se contradizem, daí é de se preocupar
mesmo, entendeu?] Eu também gostaria de saber como está o andamento da ponte do
Mauá, isso é demanda de 300 anos, e a gente está sempre correndo atrás, e
sempre nos dizendo que vão fazer, vão fazer, e não vejo nada, e o que vejo é o
próprio Coordenador [no caso, o Schmiti] tendo que comprar tábuas para fazer o
reparo da ponte para o pessoal poder transitar nela. Os cadeirantes caíram
dentro do rio devido ao estado da ponte”. Depois, vem uma resposta do outro
Secretário (Lê.): “Na ponte do Mauá, temos trabalhado nela em manutenção, mas,
decididamente, é uma ponte precária. Eu tive uma reunião com o pessoal da
Fepam, e havia um Projeto lá que é bastante caro, mas havia recursos para serem
realizados, e o pessoal da Fepam esteve em reunião conosco na Secretaria de
Obras, e falou-se na possibilidade de diminuir a largura do canal [Pessoal, eu
peço um pouquinho mais de silêncio para eu poder ler, gente, senão eu me
atrapalho. Obrigada. Mas, decididamente, é uma ponte precária.
O
engenheiro não está mais na Fepam, ele era temporário lá.
Na
verdade, para a questão da ponte Mauá, precisamos achar uma solução, e tem de
ser uma solução participativa. Temos tentado atuar na ponte, em termos de
manutenção, porque reconhecemos que está em estado bastante precário. Foi só
essa A resposta que ele me deu.
Outra
coisa que gostaria de comentar: a gente não tem de atacar ninguém. Temos de
pegar e mostrar para o pessoal que está aqui que a preocupação não é só com a
Ponte Mauá. Gostaria, também, que este mesmo pessoal que está aqui, lá dos
Vereadores, fizesse isso nas outras ilhas para saber o que está acontecendo
também por lá. Hoje, é a ponte do Mauá, mas vão ter vários outros problemas.
Então,
eu gostaria, se fosse possível, que fosse agendado também nas outras ilhas,
porque há vários problemas.
Este
ano está tendo um trabalho bastante bom do Secretário da Assessoria, do
Reginaldo, junto com o Ivo, os dois estão trabalhando, eu vejo os dois entrando
nas ilhas. Inclusive, o Reginaldo anda de bicicleta nas ilhas, só para terem
uma ideia.
Acho
que não temos de atacar ninguém; temos, sim, de cobrar daqueles que nos
prometeram coisas. Essa é a minha preocupação. Obrigada.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Obrigado, Liane.
A
Srª Patrícia Barreto está com a palavra.
A
SRA. PATRÍCIA BARRETO: Boa-noite
à Mesa e demais presentes. Queria só complementar o que a Liane falou. Eu era
delegada do Orçamento Participativo, morava na Ilha Grande dos Marinheiros, e
estava na casa da Rose, na enchente; lá me acolheram, eu peguei três pneumonias
em 2007.
A ponte virou, a Defesa Civil estava socorrendo todo o mundo, o Sandro buscando todo o mundo, e lá na ponte da Mauá... E não é para puxar o saco, não é porque é amigo, não é porque é companheiro, por nada, o Igor, tem todos os defeitos, mas, na hora, ele correu. Na hora, todo o mundo que está aqui tentou ajudar.
Aí,
vem o Christian, da SMOV, no Fórum do Orçamento Participativo, e disse que já
existia a demanda, a verba já estava disponibilizada para a construção da
ponte, porém, ela não seria construída. Ela só seria construída com postes,
porque não seria para passar caminhão, carros e ônibus por ela, e, sim, os
pedestres. Se tivesse que passar uma ambulância, não comportaria.
Foi
esse o nosso questionamento: o que aconteceria se tivesse de passar uma
ambulância? Não aconteceria nada. E o que me preocupa?
O
que vai adiantar uma ponte onde só passam pedestres? A ponte não tem mais
manutenção, desde 2004. Quem arrumou a ponte foram os moradores, e todos que
estão aqui sabem disso.
Deixo
uma pergunta para os Vereadores: de que adianta o Fogaça falar e não cumprir
tudo que ele fala? Há demandas de 2004, eu tenho todas as demandas do Orçamento
Participativo que não foram aplicadas, como a continuação, aqui, da Nossa
Senhora da Boa Viagem, que não foi feita. E o que acontece? Os moradores têm
que demandar de novo. E eles dizem que isso é desgastante, que essa verba já
está disponibilizada, e se a verba está disponibilizada, porque não é feito o
serviço, então? É esse o questionamento.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Patrícia. Com a palavra o Teófilo Rodrigues Mota Júnior.
O
SR. TEÓFILO RODRIGUES MOTA JÚNIOR:
Boa-noite para todos, boa-noite para a Mesa, hoje, nesta Audiência Pública, é
uma satisfação ver bastante jovens, que amanhã ou depois vão estar lutando
pelos problemas das comunidades.
Quando
se fala da ponte Mauá... tão pouca gente que veio hoje, por causa de problemas
e cansaço. Eu acho que nós, todos os companheiros, temos que pensar desde o
começo, lá do Pavão, Ilha dos Marinheiros, Ilha das Flores, e aqui, da Pintada.
Todos
nós estamos passando por muitos problemas, não tem divisão de qual ilha, qual
foi, e não temos divisão de liderança. Nós temos que terminar que gente de fora
venha aqui e leve muitas coisas nossas, das nossas ilhas. É a mesma coisa que
acontece: promessas. É a mesma coisa quando uma liderança mostra um projeto,
mostra alguma coisa para a Prefeitura, fica no esquecimento. Daí vêm pessoas
representando outros lugares, entram na nossa comunidade, levam tudo, e nós
ficamos de braços cruzados. Esse é um grande problema.
Grandes
reuniões fechadas em Câmaras de Vereadores, Ministério Público, chega! Convida
lá tal ONG de Porto Alegre, Fulano de Tal, mas a comunidade, aquelas lideranças
que lutam pela comunidade não são convidadas.
Então,
não é o problema da Mauá, não é o problema da Ilha dos Marinheiros. Nós temos
que resolver o problema em conjunto.
Hoje
é uma Audiência Pública, nós tínhamos que deixar o casaco de lado e vir aqui,
aproveitando que estão os Vereadores, e não adianta nós virmos aqui com
lengalenga, aquilo, e aquele outro, botando a culpa em tal Vereador. Não. Hoje
vai ter que sair uma solução daqui, e voltar uma solução para nós, porque eu
não acredito que vai sair outra Audiência Pública, ou agora vai vir a Plenária
do Orçamento Participativo. Vai acontecer o quê? A ponte da Mauá, isso aí não é
para amanhã, não é para depois, é para ontem. É isso que nós temos que ver.
Não
adianta eu vir aqui brigar com o Ivo, não adianta eu vir aqui brigar com
aquele, se o Prefeito prometeu e não está aqui, prometeu na frente de todo
mundo. Eu acho que isso aqui nem tinha que estar acontecendo, falar na ponte da
Mauá. Todas as ilhas estão com problemas, saturadas, cansadas, problemas dentro
da minha categoria, problemas com jovens presos, tendo outros desvios, por quê?
Por causa de grandes Vereadores que estão dentro da nossa Câmara que votaram
uma Lei polêmica, e não existe nada. Não existe objetivo nenhum. A Câmara de
Vereadores e Prefeitura não sabem a quantidade de pessoas que nós temos na
minha categoria que é devassada, humilhada, pisada. É a mesma coisa com o
problema da Ponte Mauá. Não acredito que haverá outra Reunião, outra Assembléia
para falar desta ponte. Pelo amor de Deus! Esta ponte tem de sair. Acho que
todos querem ouvir isso aí. E quero agradecer a todos, quero agradecer ao nosso
companheiro que está fazendo um trabalho nas ilhas - o Seu Reginaldo - quero agradecer
a ele pelos trabalhos que tem feito lá para nós, pela luta e a caminhada de um
companheiro que veio trabalhar conosco. Eu acho que nós todos temos de
parabenizar um companheiro desse tipo e que sempre siga o trabalho bonito que
ele está fazendo na ilha. Obrigado, boa-noite.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Sr. Teófilo. Com a palavra o Sr. Celso Luiz Santos de Azevedo, da Ilha Mauá.
Com a fala do Celso encerramos as inscrições da comunidade.
O
SR. LAURINDO VIACELLI:
Só queria lembrar algumas coisas importantes para a comunidade das ilhas e para
as autoridades. As próprias autoridades têm que criar consciência de que as
ilhas formam uma nova região: a 17ª Região, recém criada, uma região que nunca
recebeu nada, ou quase nada, e é a mais carente, a mais necessitada. Portanto,
todas as autoridades têm que dar uma olhadinha para esta nova região. Nós,
moradores de todas as ilhas, também temos que criar uma consciência de que
somos uma nova comunidade. Devemos estar unidos para o que der e vier para
todos os problemas das quatro Ilhas. Eu só queria lembrar uma coisa importante
para os Srs. Vereadores levarem para os seus colegas. Nós temos algumas coisas
urgentes que estão sempre andando por ali, batalhando: primeiro, a questão
fundiária das ilhas - inclusive colocamos no Orçamento Participativo – são
coisas que não dão mais para esperar. Segundo, a questão das ruas da Ilha dos
Marinheiros, é uma tragédia depois de uma chuva, aquele problema todo. São
coisas que devem estar na presença de todas as autoridades, também. Terceiro, a
legalização do Parque , o Delta. Dar um apoio, apressar isso aí. E temos uma
coisa que gostaríamos de lembrar, a Ipiranga, lá na Ilha dos Marinheiros, tem
toda uma área. O Sr. Prefeito esteve em contato para fazer uma permuta. Porque
a Ipiranga tem várias áreas pela cidade meio irregulares. Há possibilidade de
se fazer uma permuta. Há um mês, a polícia chegou e retirou os últimos
moradores. Uma metade dos moradores estava em cima do terreno da Ipiranga e
outra metade fora. Derrubou, retirou todo mundo, estão levantando uma cerca.
Bom, neste terreno, não tem mais nenhum morador. É necessário encaminhar,
imediatamente, um processo. Se a Prefeitura não se interessar por essas áreas,
nós vamos terminar perdendo, a Ipiranga vai vender para outras pessoas e,
depois, nós ficamos sem essas áreas necessárias para o bem das comunidades.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Irmão Laurindo. Com a intervenção do Irmão Laurindo, nós cumprimos as
inscrições da comunidade. Passo, agora, a palavra aos Vereadores que se
inscreveram.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra.
O
SR. DR. RAUL: Boa-noite
a todos. Eu queria saudar especialmente o Sr. Ivo, que é nosso representante há
tantos anos, e na pessoa da dona Zelinda, que é a nossa companheira de tantas
lutas aqui nas Ilhas, toda comunidade aqui presente. Queria dizer o seguinte:
eu me sinto sempre ligado à comunidade das Ilhas pelo fato de estar há tantos
anos envolvido aqui. Há mais de 20 anos que eu convivo com a comunidade das
Ilhas, seja como médico e, agora, há pouco tempo, como Vereador. Eu tenho me
empenhado, sempre quando chega uma demanda das Ilhas, com carinho especial,
porque eu me sinto parte da comunidade. Esta é que é a verdade. O único
problema que eu vejo é que nós precisamos, na realidade, contaminar a
totalidade dos Vereadores com as demandas das Ilhas, também, porque as Ilhas,
muitas vezes, são vistas como um pedacinho fora de Porto Alegre, o que é um
absurdo. Quantos e quantos anos eu batalhei pela Região Humaitá, Navegantes e
Ilhas? Para onde as prioridades iam? Tudo para o Humaitá e Navegantes. Para as
Ilhas, praticamente não vinha nada. Agora, vocês têm uma nova realidade. Como o
Irmão bem falou, hoje nós temos uma Região aqui na Ilha. Então, há mais força
para lutar. Esta questão da ponte da Mauá, que eu conheço há 20 anos, é uma
luta que não tem fim, mas que nós estamos aqui para botar um ponto-final nisso.
Então, nós temos que tirar um encaminhamento, aqui desta Audiência Pública,
para que realmente saia a Ponte da Mauá, porque não adianta um único Vereador
encaminhar - eu já encaminhei aqui o asfaltamento da Nossa Senhora da Boa
Viagem -, até tentei uma Emenda Federal, com o Deputado Osmar Terra, para ver
se conseguia fazer isso. Vocês nem sabem disso, porque eu nunca divulguei aqui
na comunidade; na Ilha do Pavão já tentamos melhorias; nas ilhas, que há tanto
tempo não têm água - e água é fundamental; não na Pintada, mas nas outras
ilhas. Agora temos avançado nesse processo, depois de um longo tempo, e já
estamos numa outra etapa, tentando levar água para esses lugares depois de
tantas e tantas demandas.
Participamos,
quando eu atendi aqui o Posto de Saúde, vocês bem conhecem, junto do Estaleiro,
onde hoje há um Posto de Saúde melhor e que estamos batalhando para um melhor
atendimento; há problemas sérios no Posto de Saúde, e, em determinados dias, há
reunião que acaba limitando os atendimentos daquele dia à comunidade, e, às
vezes, fecha cedo – tudo isso nós sabemos. Mas o que faz um Vereador? Ele
fiscaliza, ele legisla, ele leva as demandas, mas não é ele que as executa.
Agora, um grupo de Vereadores unidos, pressionando, junto com a comunidade,
junto com o Orçamento Participativo, consegue-se que as coisas realmente
aconteçam, e a Mauá merece essa ponte, pois ali temos quase cem famílias, ou em
torno disso. Então, ela realmente precisa, merece, tem problemas; ali estão
deficientes físicos, crianças, há dificuldades. Eu, quando passo naquela ponte,
como sou gordo, penso: será que eu vou ficar no meio do caminho? É difícil.
Então,
a comunidade, inclusive as pessoas com quem eu conversei, algumas querem a
ponte de um jeito, outras querem de outro jeito; uns querem que passe carro,
outros não querem que passe carro. Então, eu não sei, eu estou dizendo o que eu
ouvi de pessoas que moram lá, da comunidade. Então, o que nós precisamos? De um
projeto definitivo, que seja implantado ali e que facilite a vida da
comunidade, e a própria comunidade tem que estar na sua concordância absoluta,
ou quase absoluta, nesse caminho, e que isso não leve muito tempo, e é para
isso que estamos aqui.
Gostaria
de deixar um encaminhamento nesta Audiência Pública, para que a gente vá ao
Prefeito - e não ao Secretário disso ou Secretário daquilo -, uma vez que o
Prefeito já colocou, publicamente, que faria. Então, uma comissão de Vereadores
ir ao Prefeito, para dizer-lhe que está na hora, está muito demorada a solução
da Ponte da Mauá, e aí a ação do Executivo vem com mais força. É nisso que nós
estamos empenhados, e gostaria de dizer que nós estamos sempre à disposição
para qualquer demanda, seja da ilha ou não, e com um carinho especial pelas
pessoas da ilha, com as quais tive tanto contato, por tantos anos. Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado
ao Ver. Dr. Raul.
Com
a palavra o Ver. Nelcir Tessaro.
O
SR. NELCIR TESSARO: Boa-noite
a todos, eu quero, primeiramente, aqui, agradecer em nome dos Vereadores e da
Câmara, o Gilmar e o Vilmar, pela cedência do espaço que proporcionou a
realização desta Audiência Pública, senão teria de ser na Câmara de Vereadores,
onde ficaria muito mais difícil à comunidade comparecer. Quero cumprimentar
aqui as Lideranças, o Teófilo, a Laci, o Sandro, a Rose, que são pessoas que
batalham pela comunidade, que sempre estão lá na Câmara de Vereadores, buscando
as soluções para todas as ilhas e não só esta ilha. E também aqui o Ivo, um
incansável trabalhador do CAR-Ilhas, que sempre tem atendido, principalmente em
momentos de enchentes, toda essa comunidade; e os nossos representantes do OP:
tem aqui a Eliane e a Beatriz – e eu acho que foi muito importante a fala da
Beatriz.
O
que eu quero dizer é que lamentavelmente hoje os Secretários Municipais
perderam a oportunidade de estarem aqui para ouvir a comunidade. Eu acho que do
Executivo – não desmerecendo os representantes – teriam que estar aqui os
Secretários Municipais, para ouvirem e levarem ao conhecimento do Prefeito as
necessidades do que tem que se fazer aqui, principalmente essa ponte Mauá, que
desde de 2002 já tem um pré-projeto. E já poderia ter sido executado, seja com
doação de postes por parte da CEEE, ou seja, por aquisição pelo próprio
Município. Eu não acredito que no Orçamento do Município não caiba; eu não
acredito que esse Orçamento seja de 800 mil aquela ponte como a comunidade
precisa que seja construída hoje. Nós caminhamos no ano passado naquela parte
que, como dizem, está fora de Porto Alegre porque não tem acesso. Aquela
comunidade, se precisar sair à noite, não tem como sair, e eu acredito que a
maioria não está aqui também pela dificuldade de passar de volta naquele local.
Tem o campo de futebol, que abriga as pessoas de cá, há a dificuldade do
retorno, das pessoas passarem, de levarem até alimentos para aquela comunidade.
Ela precisa urgentemente de uma solução. Faz quase sete anos que eu tenho um
projeto pronto, para o qual já tem licenciamento ambiental há um ano, nada mais
pode ser alegado para protelar - não tem protelação. Eu acho que se a CEEE não
vai doar os postes – e cabe, sim, ao Executivo buscar uma parceria com a CEEE,
e buscar essa doação; por que não? –, os postes não custam uma fortuna.
Eu
acho que tem que estar no Orçamento uma prioridade de execução dessa ponte
ainda este ano. Não tem como esperar mais. Também nós temos aqui – o Teófilo
sabe – o problema que está passando a Ilha Grande dos Marinheiros, e que
falaram aqui. Eu acho que nós temos que verificar urgentemente uma ação, que
agora nós temos aqui a região do OP, a 17ª. A 17ª região tem que fazer
reivindicação de regularização fundiária, habitação. Nós, inclusive, encaminhamos,
há dois anos, uma área para ser desapropriada na Ilha Grande dos Marinheiros.
Tem que desapropriar e construir casas, dar solução, e não ter que reunir com a
gente em 2005 e 2006. Eu sei que essa área da Ipiranga não tem condições de uso
imediato para habitação. Ela precisa ser descontaminada, precisa de um aterro
de quase dois metros - foi feito um levantamento -, mas se aquela não dá, tem
que se buscar outra alternativa. O que não se pode mais é deixar as ilhas como
estão - de lado!
Nós
caminhamos, ali na região da Laci, em toda aquela comunidade: a SMOV precisa
urgentemente dar atenção àquela comunidade. Por quê? Foi feita uma rua, só que
ela está do lado inverso, Presidente Toni. Toda a rua, se tem residência desse
lado, não pode fazer o caimento para o lado das residências e, sim, para o
outro lado para poder dar vazão à água e não promover alagamentos. Essa está ao
contrário. Então, cada vez que chove, cada vez que passa um carro naquela
estrada de chão, as residências ali são totalmente alagadas, e mais uma vez a
comunidade fica no prejuízo, porque perde aquilo que tem.
Então,
eu acho que precisamos, Presidente, encaminhar um ofício daqui - e sei que o
Reginaldo está representando a SMOV -, para que a SMOV faça, urgentemente, uma
vistoria, ou acompanhe, com uma comissão da comunidade, o que é mais urgente.
Como, por exemplo, o que é mais urgente lá nos Marinheiros, como as casas que,
a cada chuva, são alagadas; precisamos urgentemente de aterro. Colocar aterro,
inverter a posição desta rua e, urgentemente, encaminharmos para o Executivo um
pedido da Câmara de Vereadores - até se for preciso formar uma Frente
Parlamentar - mas acredito que basta encaminharmos, em conjunto, um pedido para
o Executivo para que execute o projeto desta ponte. Este projeto está muito
bonito, e por ali passam carros leves, ambulâncias, possibilita o atendimento a
toda a comunidade, e pelo que se viu aqui, é possível realizar, basta um pouco
de vontade.
Está
na hora, como diz a Beatriz, de levantar da cadeira e dar uma caminhada na
Ilha, verificar e fazer com que a ação saia do papel - que se faça urgente
isso! Obrigado a todos que aqui vieram; com toda a certeza, nós, Vereadores,
estamos de portas abertas, sempre, para atender as reivindicações de vocês.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Obrigado, Ver. Tessaro. A Srª Liane Souza está com a palavra.
A
SRA. LIANE ANTÔNIA SOUZA FARIAS: Eu
quero fazer uma proposta, aproveitando que os Vereadores estão aqui, para que
pudessem convidar mais colegas e passar, durante o dia, pela ponte do Mauá para
ver o estado em que ela se encontra, porque falar é fácil, mas só vendo o
estado em que ela se encontra para entender. Só para informar o Sr. Tessaro: há
cerca de dois meses a SMOV está trabalhando dentro das Ilhas, com a assessoria
do Reginaldo, e já deram uma levantada na Ilha Grande dos Marinheiros; já
arrumaram uma boa parte, já é um bom começo. Eu falei no início que ele anda de
bicicletinha nas Ilhas.
Então,
só reforçar que com uma melhoradinha, já fica bom. E faço o convite aos
Vereadores para passarem, durante o dia, pela ponte para ver o estado em que
ela está; tirar umas fotinhos também é muito bom.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Obrigado, Liane, está registrada a sua proposta.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Boa-noite
a todos, especialmente a Presidenta da Associação, que chamou esta audiência
pública: esta é uma maneira que vocês têm de serem ouvidos, é um instrumento
que é possível solicitar à Câmara de Vereadores que venha escutá-los, pois acho
que a Câmara tem este papel, também, além de votar o Orçamento, pensar leis,
fiscalizar o que o Executivo faz; utilizem este instrumento.
Eu
quero aqui fazer a primeira observação: eu já sabia do problema da Mauá, eu
tinha sido informada que o problema eram os postes – mas há quantos meses o
problema são os postes? Vários. Não é difícil para o Prefeito Municipal
levantar o telefone e falar com a CEEE, e eu considero até um acinte à
comunidade, à Câmara, chegarmos aqui, Ivo, e tu colocares que o problema
continua sendo os postes, e não é possível que diante desse drama este seja
problema; não é possível! Para mim é falta de vontade política, de prioridade,
de interlocução e de respeito com a comunidade de vocês. Desculpe-me, gente,
porque não dá, eu escuto vocês e me dá uma dor no coração, porque a comunidade,
inclusive, tenta explicar e entender por que as coisas não andam. E quando
alguém diz que veio pouca gente porque estão desanimados; outro diz que todos
têm que se entender como comunidade, como região; uma outra pessoa diz que está
faltando informação.
Eu vejo o esforço, a morosidade da comunidade,
inclusive, em tentar assumir culpa da ausência de Governo. Eu fico até comovida
com isso, porque vocês não têm a menor culpa, porque nós sabemos o quanto vocês
já lutaram - todas as Ilhas aqui -, por direitos básicos, em quantas reuniões,
em quantos fóruns! Vocês não têm nenhuma culpa. Não é a desunião; não é a falta
de informação! É absoluta falta de consideração, de respeito que este Governo
tem com as Ilhas e com as comunidades!
E quero dizer que não é que tenha havido problemas
na época do meu Governo - ela está falando que é do Partido dos Trabalhadores
-, mas temos cinco anos de Governo, é o quinto ano do mesmo Governo e o
Orçamento Participativo não é aqui nas Ilhas que diminuiu os investimentos.
Vocês verão o boletim que será distribuído pela ONG Cidade, que mostra uma
queda abismal de investimentos, da redução que aconteceu de investimentos na
cidade de Porto Alegre. É a mesma política do déficit zero, que a Yeda faz, que
poupa em cima das necessidades mínimas, básicas da população, e que aí faz o
equilíbrio das contas. O que adianta o equilíbrio das contas se a população não
está atendida? E o Orçamento Participativo está perdendo a credibilidade por
causa disso, porque tem que reerdemandar – Patrícia falou aqui. É um escândalo!
A comunidade tem que vir por vários anos, um ano atrás do outro, pedir a mesma
coisa.
Não é que eu não entenda que o Governo tem que
priorizar e que não vai atender tudo. Não é isso! O que não dá para aceitar, é
que não tenha um diálogo claro, Toni, que diga que neste ano será feito isso,
nesse prazo, dar as respostas, dar retorno, fazer combinações, que as coisas
funcionem, que as pessoas enxerguem.
Eu recebi uma denúncia, há pouco tempo, de que o
Prefeito prometeu água para todas as Ilhas, e que há pouco teve uma reunião, só
que disseram que não vai ter água para todas as Ilhas!
Então, gente, uma coisa era antes da APA, porque
tudo era Área de Preservação Ambiental, não dava para fazer interferência mais
profunda. Mas esse tempo acabou. Nós temos uma Lei agora. Eu acho que o grande
compromisso da Câmara - aqui propõe o Dr. Raul, um bom número de Vereadores, e
o Ver. Tessaro - é fazer a APA acontecer.
Eu quero encerrar propondo isso. Nós tentamos fazer
uma Emenda, ontem, quando nós votamos um Projeto importante, e 29 comunidades
receberam o gravame de Área de Interesse Social, e nós votamos a Emenda, mas
junto com outras 20; e das Ilhas, todas as áreas regularizáveis das Ilhas, pela
Lei da APA, que entrasse. Mas não houve acolhida por parte do Governo. Mas eu
sinto contar que não houve acolhida por parte do Governo e o próximo passo, o
meu compromisso de ontem para hoje, é sentar com o Dr. João Batista e com a equipe
da PGM, e acho que podemos assumir coletivamente isso, e pedir para o Governo
fazer esse levantamento e transformar, numa tacada só, todas as áreas
regularizáveis das Ilhas em Área de Interesse Social, para começar a
regularização aqui nas ilhas, para começar a ter uma resposta que vocês
merecem, pela luta que vocês fizeram todos esses anos. Como esse passo é
importante, acho que nós temos de ter um comitê - para o qual me proponho a
estar junto, assim como sei de vários Vereadores que pensam assim - de
acompanhamento permanente da execução da Área de Proteção, saber o que é
regularizado, o que não é, porque eu também sei que, para a burguesia, está
acontecendo! Há umas ruas que estão sendo arrumadas, estão liberando, mas, para
o pobre, Ver. Toni Proença, Ver. Dr. Raul e Ver. Nelcir Tessaro, está
acontecendo o que disseram aqui no microfone: vão lá e não deixam aterrar, a
fiscalização está em cima, mas a burguesia aqui das Ilhas está solta. Está
solta e está arrumando as suas ruas.
Então, chega, gente! Acho que uma interlocução
séria com as Ilhas é o que esse Governo deve fazer. E nós somos responsáveis,
estamos aqui nos comprometendo de fazer com que esse diálogo aconteça,
respeitando vocês e encaminhando os direitos que vocês, há muito tempo, já deveriam
ter conquistado. Parabéns pela luta de vocês! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Verª
Sofia Cavedon. Após a manifestação da comunidade e dos Vereadores, como é de
praxe e é roteiro da Audiência Pública, nós colocamos a palavra ao dispor
do Executivo, que terá dois minutos para a sua manifestação. E, hoje, eu vou
subverter a ordem, depois do Executivo, vou dar mais um minuto para a
proponente desta Audiência Pública, porque ela foi econômica na abertura,
então, ficou com crédito de um minuto. Aí, eu encerro com os nossos
encaminhamentos. Quem do Executivo Municipal quer fazer uso da palavra?
O Executivo declina do uso da palavra.
A Srª Roselene A. de Ávila está com a palavra.
A SRA. ROSELENE A. DE ÁVILA: Bom, eu queria
propor aqui para a nossa comunidade que nós criássemos uma comissão com cinco,
seis, dez pessoas, para acompanhar esse encaminhamento do Legislativo e
Executivo para a construção da ponte, se fosse possível, e para darmos uma
satisfação para a nossa comunidade do que foi conduzido, o que resolveu esta
Audiência Pública, se vai resolver alguma coisa, se vamos construir a ponte.
Nós poderíamos deixar aqui, já, de repente, as pessoas que se propõem a
acompanhar esse processo.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Roselene.
Então, tem a proposta da Roselene, que é de que a comunidade forme uma comissão
para acompanhar o desenrolar da Audiência Pública e os encaminhamentos que
serão dados para a solução do problema da ponte da Mauá.
Qual é a rotina que se estabelece após uma
Audiência Pública? Toda essa Audiência Pública foi gravada, ela será degravada,
ou seja, vão pegar o que está dito lá e transformar em um documento, o qual
será entregue aos Secretários que são das pastas afins deste problema e ao
Prefeito Municipal. Esta é, tradicionalmente, a forma usual da Audiência
Pública.
Aqui, nesta Audiência Pública, também foram
propostos alguns encaminhamentos por parte da Câmara Municipal, pelo Ver. Dr.
Raul, no sentido de que se forme uma comissão de Vereadores, que se peça uma
audiência com o Prefeito para tratar do problema. Nós podemos fazer isso, Ver.
Dr. Raul, ir lá e entregar, então, a Ata desta Audiência Pública. Em vez de
mandar pelo meio normal, que seria pelo protocolo, que façamos isso numa
Audiência Pública solicitada ao Sr. Prefeito. Este é um dos encaminhamentos que
eu levo à Mesa Diretora da Câmara. O segundo encaminhamento é da Verª Sofia Cavedon, que propõe que se
peça uma audiência com o Procurador-Geral do Município, Dr. João Batista, para
que a gente possa tratar das questões das AEIS, que também foi uma questão
lembrada pelo Ver. Tessaro, quanto à regularização fundiária. Quero lembrar ao
Irmão Laurindo – esta é uma preocupação minha quanto à frustração das pessoas
-, que aquele terreno da Ipiranga, ao lado do motel, como bem lembrou o Ver.
Tessaro, a Prefeitura exigiu um laudo de passivo ambiental, ele tem uma
contaminação e precisa ser descontaminado. Na época a Secretaria Municipal do
Meio Ambiente notificou a Ipiranga para que procedesse a descontaminação. E,
pelo que dizem os técnicos, a descontaminação leva dois, três, às vezes, quatro
anos. Mas ela está acontecendo. Talvez seja por isso que retiraram as famílias
de lá, e estão cercando a área. Não sei lhe dizer, talvez seja. Só para não
gerar expectativa de que a gente pode usar aquele terreno para habitação agora,
porque eu acho que não pode.
Estes
são os encaminhamentos. Nós vamos pedir uma audiência ao Prefeito, levar a ele
a Ata desta Reunião, e vamos encaminhá-la também aos Secretários que têm a ver
com esse problema. Mais do que isso, estamos propondo, por sugestão dos
Vereadores Dr. Raul, Dr. Tessaro e da Verª Sofia Cavedon, que a gente monte uma
comissão para ir acompanhando esse problema, para vermos se, finalmente, a
gente resolve o problema da ponte Mauá, uma vez que, pelas palavras do Ivo
aqui, nos informou, já temos a licença ambiental, já temos, inclusive, a
disponibilidade de um morador da comunidade, que se dispôs a emprestar o
bate-estaca, o que baixa o custo da obra. Então, agora, é só uma questão de
decisão administrativa e política de fazer a licitação, de comprar o material
que tem que ser comprado, e executar a ponte.
Mas,
como bem lembrou o Dr. Raul, a obrigação do Legislativo, da Câmara Municipal,
para além de fazer leis, revisar leis, criar novas leis, suprimir antigas leis,
de acordo com a evolução da cidade e a cultura da comunidade, é uma das
obrigações, talvez a mais importante, fiscalizar o trabalho da Prefeitura e ser
uma voz das comunidades na busca das suas demandas e de uma sociedade mais
igual, mais justa e mais inclusiva.
Agradeço
muito aos Vereadores presentes, às pessoas da comunidade que se manifestaram, e
dou por encerrada esta Audiência Pública.
Desculpem,
há o encaminhamento da Liane, que sugere que a gente venha aqui, durante o dia,
e dê uma caminhada, inclusive, usando a ponte da Mauá para ver o seu real
estado. Então, vamos marcar uma vinda aqui com os Vereadores, conforme sugere a
Verª Sofia Cavedon, às 11 h, porque à tarde nós temos Plenário.
Muito
obrigado a todos, quero agradecer muito aos funcionários da Prefeitura que
estiveram aqui conosco, até esta hora, permitindo que esta Audiência Pública se
realizasse; à Colônia de Pescadores, que nos cedeu esse espaço, que sempre nos
recebe tão bem; ao Polaco, seu Odir, que estava aí até esta hora acompanhando
esta Audiência Pública, e a todos vocês. Muito obrigado, e até a próxima.
(Encerra-se
a Audiência Pública às 20h50min.)
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